Consequências da Violência Infantojuvenil
As consequências vão muito além das marcas físicas. Elas afetam profundamente a saúde mental e emocional das vítimas, criando traumas que podem durar por toda a vida. Os abusos na infância estão fortemente associados a uma série de problemas de saúde mental e comportamentais, incluindo depressão, ansiedade e transtornos de estresse pós-traumático (VIOLA; SCHIAVON; RENNER; GRASSI-OLIVEIRA, 2011). Vítimas de abuso infantil têm um risco significativamente maior de desenvolver dependência de substâncias, doenças crônicas e dificuldades emocionais ao longo da vida. Em relação à saúde mental, o abuso e a negligência podem afetar a regulação do estresse no cérebro, levando a disfunções emocionais que duram até a vida adulta. Esse processo pode prejudicar a capacidade de uma criança de desenvolver habilidades sociais saudáveis, o que impacta diretamente sua capacidade de formar relacionamentos saudáveis no futuro. Crianças que vivenciam trauma e abuso podem apresentar uma resposta fisiológica alterada ao estresse, com impacto direto na forma como processam emoções e se relacionam com o mundo. Além disso, crianças e adolescentes vítimas de violência podem desenvolver dificuldades de aprendizado, o estresse tóxico causado pelo abuso infantil afeta a arquitetura do cérebro, interferindo no desenvolvimento cognitivo e no comportamento social. A exposição precoce ao abuso também está associada a uma maior propensão ao isolamento social, o que pode dificultar a adaptação escolar e a integração social. As vítimas de abuso também têm uma maior tendência a se tornarem vítimas de violência na vida adulta ou a replicarem padrões abusivos em seus próprios relacionamentos. Estudos de revelam que adultos que sofreram abuso infantil têm uma probabilidade significativamente maior de se envolverem em comportamentos agressivos e violentos, além de apresentarem mais dificuldades em formar relacionamentos saudáveis.